A transformação do varejo, local e mundial —

A transformação do varejo, local e mundial —

Temos comentado com frequência as transformações do varejo, impelidas por modificações baseadas em tecnologia, novos entrantes, consolidação, expansão para novas geografias, mudanças de hábitos de consumo, etc.

No Brasil, esse é um setor especialmente importante, por conta das dimensões continentais do país. O atacado e varejo - literalmente - movem o país, o que nos faz manter olhar atento às novidades e tendências locais e globais.

Varejo digital e resultados —

A Amazon deu início à forte onda de disrupção do varejo tradicional, inicialmente via o negócio de livros, seguida de "todos" os demais produtos de consumo. Gigantes do varejo mundial acusaram o golpe e correram, uns cedo e outro tarde, a reorganizar-se.

Os resultados da transição para o mundo móvel & digital são regulares, para não dizer fracos. Os nomes tradicionais têm sido lentos em migrar e os resultados estão aquém do desejado - Carrefour, Walmart, Pão de Açúcar, Casino, Sears, Lojas Colombo, Marisa, Novarejo, Ricardo Eletro, Natura, Boticário, Saraiva, Cultura, Luiza, Renner, Americanas, Zona Sul, Zaffari, Panvel, Drogasil, dentre outros locais e globais, acusam o golpe, em maior ou menor intensidade.

No Brasil, o Carrefour, somente agora voltou ao varejo digital (!), o Casino (PDA, Extra, etc) move-se lentamente e as demais redes locais avançam com timidez. Ademais, enfrentam a entrada de players em seus mercados, como o Grupo Ultra (!). Nos USA, o Walmart aumenta a velocidade, com a recente aquisição da jet.com.

Recentemente, um novo modelo de negócios, cujo exemplo mais conhecido é o Dollar Shave Club, aumenta a ameaça ao varejo tradicional, pois - literalmente - remove o varejo da cadeia de valor, via a venda direta do fabricante ao consumidor final. O número de fabricantes transformando-se em "frenemies" do varejo cresce a olhos vistos e a expectativa é de intensificação deste movimento.

Agora é o Macy's que acusa o golpe e anuncia o fechamento de 100 (cem!) lojas nos US of A.

Trata-se uma descontinuidade grande, que traz ameaças e oportunidades expressivas.

Haverá migração integral do varejo tradicional para o varejo digital? Não cremos. É possível ser exclusivamente digital? Sim - a Amazon já demonstrou que sim. É desejável ser exclusivamente "tradicional"? Por algum tempo - certamente.

Você, do setor de varejo, como está encarando mais esse desafio? Está explorando as oportunidades e agindo?

Qual modelo escolheu para os próximos dois a três anos - tradicional, tradicional + digital, digital puro? Por que?

Em quais regiões do Brasil convém usar qual modelo? Por que?
O modelo Dollar Shave é uma ameaça? Em que categorias? Quais fabricantes? O que há para fazer? Por que?

Em cada um dos cenários acima, qual o impacto em receitas, lucratividade, perdas, capital de giro, investimentos e caixa?

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Sou sócio da Envision Management Consultants.
Escrevo sobre crescimento, estratégia, operações, organização, modelos de negócio e business technology.

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